1. Alambique Tabaroa

A loja do Alambique Tabaroa fica em frente a Casa Torta e possui o formato de barril ( ou pipa, como quiser chamar).Há quatro garrafões de cachaças diferentes para provar algumas especiais em garrafas normais, outras menores para levar no serviço( brincadeira) e vários produtos diferentes como queijos e doces( cajuzinho, cocada, doce de abóbora, de batata doce, doces enlatados e goiabada.É possível visitar a fábrica logo na entrada do vilarejo.
A Tabaroa de Bichinho foi eleita uma das 50 melhores cachaças do Brasil.Tabaroa significa ” mulher matuta ” figura representada nos rótulos das garrafas.A fabricação da Tabaroa é toda manual, desde o plantio da cana – de – açúcar, conta Alexandre Teixeira de Figueiredo, que produz a cachaça desde 1.985 no povoado de Bichinho, em Prados, Minas Gerais.
No processo de produção, utiliza – se o fogo direto( não tem caldeira, por exemplo).O principal cuidado é com a higiene, tanto é que os equipamentos são desmontáveis para facilitar a limpeza, ressalta Alexandre.
Para obter uma boa cachaça, é preciso antes de mais nada definir que tipo de produto se deseja, define o proprietário da Tabaroa.” Procuro fazer o que não interessa para o industrial fazer ”.Daí a importância do tipo de equipamentos; do trato cultural( trato a cana como se fosse ”uva”; da operação da colheita( colher e moer a cana no mesmo dia; da higiene e da qualidade da água( potável).
A Tabaroa é produzida entre maio e outubro, período de pouca chuva.A cana é colhida, limpada e cortada manualmente no campo.A entrada no alambique ocorre pela parte mais alta ( ele é construído em declive ou formato de escada).Em seguida, vai para a sala de preparo, cuja finalidade é temperar o mosto ou caldo ( aquecer e reduzir o brix ou teor de caldo).
De lá, o caldo desce para a sala de fermentação, onde estão instaladas as dornas que são alimentadas gradativamente para facilitar a fermentação.As dornas, adaptadas de tanques de expansão de leite, tem parede dupla que faz com que elas funcionem como tanques de madeira para manter a temperatura.
Além das dornas, resfriador e caixa de captação são inox.Já o alambique e um pedaço de serpentina são os únicos equipamentos de cobre.
A fase seguinte é a da destilação.Na produção da Tabaroa, Alexandre utiliza o pré aquecedor para esfriar a cachaça e aquecer o mosto da próxima cachaça, em caso de duas ” alambicadas ” no mesmo dia.Se for apenas uma alambicada, coloca – se água no pré – aquecedor.
Por alambicada, Alexandre tira cerda de 100 litros de cachaça em cada 800 litros de caldo fermentado, ” abaixo dos 20% com que o pessoal costuma trabalhar ”.Ele trabalha com graduação antiga( 46% de álcool na escala GL ou Gay Lussac).
Do tanque de inox, a cachaça é enviada para barris de envelhecimento( carvalho), com capacidade média de 200 litros.O alambique tem capacidade instalada para até 20 mil litros por safra, mas atualmente Alexandre está produzindo cerca de 10 mil litros/ safra.
Há 20 anos, o bagaço da cana é utilizado por Alexandre para a produção do papel reciclado destinado à fabricação do rótulo da Tabaroa.Em processo totalmente artesanal, o bagaço é cozido e batido com bolinhas de cimento.A pasta é feita em banheira com água.Uma tela tira desta banheira folha por folha.As folhas secadas e penduradas num varal.De lá, vão para a prensa e em seguida, para a gráfica.
É uma boa fazer uma visita e degustar da cachaça Tabaroa.Ótimo passeio.
RELATED POSTS
View all